terça-feira, 12 de novembro de 2013

Com tripé não pode…

Não sei se alguém já passou pela situação que vou relatar, mas é o seguinte:

Há alguns dias estava fazendo umas fotos externas do MOMA de San Francisco, projeto do arquiteto suíço Mario Botta, cujos trabalhos admiro muito. O Moma está em reforma e com aquele monte de tapumes em volta, tive que me contentar com os detalhes da parte superior do prédio.

MAX_3971-1

Lá pelas tantas, procurando por novos angulos, estava no que parecia ser uma praça pública com jardins, pessoas tomando sol, bebendo, amamentando etc. Vi um espelho d’água bacana, com cascata e tal e pensei: meio-dia, sol rachando… hora de experimentar os filtros ND que acabará de comprar. Saquei o tripé da bolsa, fiz umas três fotos e em menos de cinco minutos um policial me abordou e, gentilmente, me pediu para juntar as coisas e me retirar. Olhei meio espantado sem entender direito do que se tratava, pois estava concentrado nos ajustes da câmera e ouvi um enfático “quickly” (rapidamente). Enquanto juntava minhas trouxas o cara me explicou que à mão livre não teria problema. Mas se eu continuasse a fotografar com tripé, em um curto prazo chegaria alguém atrás de autorização. Não deu tempo de perguntar muita coisa, na verdade, o pedido foi tão enfático que não deu margem a questionamento.

MAX_3989-1

Fui pesquisar depois e vi que a tal praça se chama Yerba Buena Gardens. Acredito ser uma espécie de espaço privado aberto ao público. Sendo espaço privado, posso até concordar que haja regras rígidas de utilização do mesmo, mas elas deveriam ser claras – uma vez que qualquer um adentra o espaço tendo-o como continuidade de uma área pública, com avisos ou placas para evitar constrangimento ou até algum tipo de problema, já que esse pessoal é meio doido e neurótico.

Na página web do local, nas perguntas frequentes, tem uma parte dizendo que é necessário pagar uma taxa para usar o local para fins comerciais e para fotos com iluminação, tripés e uma séria de outras coisas. Local privado, regras do dono, ok.

De toda forma, o questionamento que faço é o seguinte: quem em férias e em um estado “flâneur” por uma cidade, vai pensar em pedir autorização com 72 horas de antecedência e pagar uma taxa para fotografar, por lazer, um espaço que se mistura com a cidade? Só na cabeça dos americanos, canadenses, britânicos e derivados, mesmo.

MAX_3978-1

Outra que me ocorreu com a polícia foi na ponte Golden Gate, no mesmo dia. Nada a ver com o tripé, apenas para ilustrar que nesse dia eu não estava sintonizado com a polícia:

Estava lá no lusco-fusco para começar algumas fotos noturnas. Encontrei um ângulo interessante, próximo a um portão e cerca com os dizeres: proibido passar desse ponto. Beleza, não adentrei o perímetro proibido e segui com minhas fotos. Logo em seguida aparece um carro da polícia do lado de dentro do tal portão. O policial ao abrir o portão passou por mim em silêncio e quando voltou para o carro, por um megafone, mandou abrir caminho. Nesse momento, haviam duas moças no caminho do carro, eu estava no canto da rua e pensei que o aviso fosse para elas, algo que já seria um exagero, já que com o carro em movimento qualquer pessoa sairia do caminho, uma estradinha de terra que dava acesso ao tal portão. Como não saí e as moças apenas foram para o canto da rua para o carro passar, o cara ligou aquele farolzão auxiliar que fica preso ao retrovisor do carro em cima da gente e novamente, em tom mais rude, ordenou que sumíssemos dali :-/ . Realmente, povo doido.

MAX_4019

No final das contas, saímos da estradinha e ficamos em outro ponto sem a encheção de saco de ninguém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui o seu recado: